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O cuidado devido aos mortos. Santo Agostinho

 Este livro de Santo Agostinho de Hipona reflete todo o cuidado pastoral acerca das questões relacionadas à morte. A ocasião deste escrito é a seguinte:  Caríssimo Paulino, meu irmão no Episcopado: há muito devo-te uma resposta… Devo-a desde que me enviaste uma carta – através dos familiares da nossa piedosíssima irmã, Flora – onde me perguntavas se o cristão lucra algo para si se for sepultado próximo à sepultura de algum santo. Essa questão fora-te feita pela própria viúva que acabo de citar, em razão do seu falecido filho, enterrado em alguma parte da sua capela. Para a consolar, disseste que tal voto já havia se concretizado para o seu jovem filho, Cinérgio, em razão do carinho que a mãe nutre para com seu filho, pois fora ele sepultado na Basílica do bem-aventurado Félix, confessor da fé.  De uma maneira geral, ele retrata os costumes católicos romanos relacionados mais tarde a doutrinas como: purgatório, a oração pelos mortos, etc. Mas o que mais chama a atenção é seu ensino de q
Postagens recentes

Sobre a Penitência (Ambrósio de Milão)

De nobre família romana , nasceu em Trévires. Aos 31 anos era, em Milão, governador das províncias da Emília e da Ligúria. Na vacância da sede episcopal da cidade, foi eleito bispo (pelo povo) embora ainda fosse apenas catecúmeno [novo convertido]. Recebeu então em breve prazo o batismo, a ordenação e a sagração episcopal. Sob a direção do sacerdote Simpliciano, adquiriu boa cultura teológica e leu os principais autores gregos, sobretudo Orígenes e são Basílio [de Cesareia] - cujos escritos eram famosos. Conselheiro de vários imperadores, foi também quem batizou santo Agostinho, para cuja conversão contribuíra. (Morte aproximadamente: 397) GOMES, Cirilo Folch Antologia dos Santos Padres, São Paulo: Paulinas, 1973- p.228) LIVRO I Se o mais alto grau das virtudes é o que tem por fim o proveito da maioria, a moderação é com certeza a mais bela de todas; ela nem mesmo ofende aqueles que condena, e costuma tornar dignos de absolvição aqueles que teria condenado. Enfim,

Credo Niceno-Constantinopolitano

Introdução         Este texto que segue abaixo é o texto latino de 589 d.C do Concílio de Toledo, onde combate os seguintes tipos de heresias: a negação da divindade de Cristo; a negação do nascimento virginal de Cristo; a negação da divindade do Espírito Santo.         O termo “católico” aqui utilizado refere-se a universalidade da Igreja, que não está presa ao tempo e muito menos é subordinada a sociedades, povos e governos, a Igreja de Cristo engloba pessoas de todas as épocas, condições sociais, diferentes povos e culturas; e homens e mulheres.         E ainda, o termo “a vida do mundo vindouro” refere-se a vida eterna que será consumada com a Segunda Vinda de Cristo que trará o juízo final e a Nova Jerusalém para os eleitos e a condenação eterna para os ímpios, pecadores e escanecedores. Fonte: A Confissão da Fé Apostólica, tradução: Jaci Maraschin, São Bernardo do Campo [SP] e Porto Alegre [RS]: IEPGCR & CONIC, 1993. [adaptado] Texto: Cremos em um só Deus, P

Basílio de Cesareia - Acerca do Espírito Santo e o Batismo

Por meio do Espírito Santo realiza-se a restauração do paraíso, a subida ao reino dos céus, o retorno à adoção filial. É ele quem nos dá a ousadia de chamar a Deus de Pai, possibilita-nos participar da graça de Cristo, ter o nome de filhos da luz, partilhar da glória eterna, em uma palavra, recebermos a plenitude da benção, neste século e no século futuro, e como em espelho contemplar, desde já presente, a graça dos bens que nos estão reservados, conforme as promessas, e cuja fruição aguardamos pela fé. Se porém as arras são tais, o que será o dom completo? E se as primícias são tão grandes, que será a plenitude integral? Assim se torna cognoscível a diferença entre a graça do Espírito e o batismo na água. Pois João batizou na água; nosso Senhor Jesus Cristo batizou no Espírito Santo. “Eu vos batizo com água para a conversão [arrependimento], mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de carregar-lhe as sandálias. Ele vos batiza

A voz da Reforma – Texto da Reforma Protestante

Devido a Reforma, estou postando este texto, que é um dos exemplos do trabalho de interpretação bíblica feita por Martinho Lutero, este texto também está postado no blog Edmario Servo.    Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o SENHOR e contra o seu ungido (Salmo 2:1-2)             É evidente que a palavra reis aqui se refere a Herodes e Pilatos, mesmo Pilatos não tendo sido rei, porque os dois operaram juntos para cumprir o conselho de Deus profetizado: destruir a Cristo. Por príncipes , se entende os líderes entre os sacerdotes. Por gentios , os soldados romanos que estavam sob as ordens de Pilatos, que maltrataram a Jesus, castigando-o e crucificando-o. Por povos , ao povo judeu.             Nota-se aqui a modéstia do profeta, quando brandamente fala da fúria destes homens apesar de que, com justiça poderia haver mencionado aquelas lamentáveis expressões dos judeus: “Cru

Fragmento de Clemente de Roma

 Clemente de Roma, segundo Justo Gonzalez, em seu primeiro volume de sua História do Pensamento Cristão menciona que, ele foi bispo de Roma no primeiro século, e que a obra Carta aos Coríntios (obra autêntica escrita em grego), seria uma carta de uma igreja para outra igreja, e não uma carta particular do bispo de Roma. Assim, a carta por natureza, é primordialmente prática, "tratando dos vícios que causam divisões e das virtudes que fortalecem a unidade; lida com outros assuntos teológicos tangencialmente." (GONZALEZ, 2004, p.63). Segue um trecho da carta em português: Tu abriste os olhos do nosso coração, para que conhecêssemos que tu és o Único, o Altíssimo no altíssimos dos céus, o Santo que repousa entre os santos. Tu que humilhas a violência dos soberbos, que aniquilas os projetos dos povos, que exaltas os humildes e rebaixas os soberbos. Tu que fazes enriquecer e empobrecer, que matas e dás a vida, o único benfeitor dos espíritos e Deus

A Didaquê ou Ensino dos Doze Apóstolos

 A "Didaquê" é como um antiquíssimo manual de religião. Julga-se ter sido redigida entre os anos 90 e 100, na Síria, na Palestina ou em Antioquia . Traz no título o nome dos apóstolos, mas não pretende ser de autoria de algum deles. O texto divide-se em 3 partes: a primeira é um tratado de ética (capítulos: 1 a 6); segunda (capítulos 7 a 10) é uma descrição de uma ordem de culto, e a terceira (capítulos 10 a 15) refere-se a uma instrução para a vida comunitária. Os antigos Pais da Igreja mencionaram muitas vezes a Didaquê. Seu texto, porém, parecia perdido até que em 1883 foi descoberto um manuscrito grego, e logo após foram descobertos ainda outros fragmentos (em copta, grego e latim). (Por Cirilo Folch Gomes, Antologia dos Santos Padres, São Paulo: Paulinas, 1973, p.26).   O fragmento aqui se refere aos capítulos 1 e 5, que falam respectivamente sobre o caminho da vida e o caminho da morte: CAPÍTULO I 1Existem dois caminhos: o caminho da vida e o caminho da m