Clemente de Roma, segundo Justo Gonzalez, em seu primeiro volume de sua História do Pensamento Cristão menciona que, ele foi bispo de Roma no primeiro século, e que a obra Carta aos Coríntios (obra autêntica escrita em grego), seria uma carta de uma igreja para outra igreja, e não uma carta particular do bispo de Roma. Assim, a carta por natureza, é primordialmente prática, "tratando dos vícios que causam divisões e das virtudes que fortalecem a unidade; lida com outros assuntos teológicos tangencialmente." (GONZALEZ, 2004, p.63).
Segue um trecho da carta em português:
Tu abriste os olhos do nosso coração,
para que conhecêssemos que tu és o Único,
o Altíssimo no altíssimos dos céus,
o Santo que repousa entre os santos.
Tu que humilhas a violência dos soberbos,
que aniquilas os projetos dos povos,
que exaltas os humildes
e rebaixas os soberbos.
Tu que fazes enriquecer e empobrecer,
que matas e dás a vida,
o único benfeitor dos espíritos
e Deus de todo o ser vivo.
Tu que perscrutas os abismos,
que observas as obras humanas,
que socorres aqueles que estão em perigo,
que salvas os desesperados,
és o Criador e o Vigilante de todo espírito.
e entre todos escolheste aqueles que te amam,
por meio de Jesus Cristo,
teu amadíssimo Filho,
mediante o qual nos educaste, santificaste e honraste,
Nós te suplicamos, Senhor:
Sê o nosso auxílio e protetor.
Salva os nossos que estão na tribulação,
ergue os caídos,
manifesta-te aos necessitados,
cura os enfermos,
reconduze os que se afastaram do teu povo,
sacia os famintos,
liberta os nossos prisioneiros,
reergue os fracos,
consola os covardes.
Que todas as nações reconheçam
que tu és o único Deus,
que Jesus Cristo é teu Filho,
e nós somos o teu povo e ovelhas do teu rebanho."
Com as tuas obras
tornaste visível a eterna ordem do mundo.
Tu, Senhor, criaste a terra,
és fiel em todas as gerações,
justo nos teus julgamentos,
admirável na força e na magnificência,
sábio no criar,
inteligente no sustentar as coisas criadas,
bom nas coisas visíveis,
benévolo para com os que confiam, em ti
misericordioso e compassivo.
Perdoa nossas iniqüidades e injustiças,
nossas faltas e negligências.
Não leves em conta nenhum pecado de teus servos e tuas servas,
mas purifica-nos com a purificação da tua verdade,
e dirige nossos passos,
para caminharmos na santidade de coração
e fazer o que é bom e agradável
a ti e àqueles que nos governaram.
Sim, Senhor,
revela a tua face sobre nós,
para o bem da paz,
para proteger-nos com tua mão poderosa.
Livra-nos de todo pecado,
com teu braço altíssimo,
e salva-nos dos que injustamente nos odeiam.
Concede concórdia e paz
a nós e a todos os habitantes da terra,
assim como as deste aos nosso pais,
quanto te invocaram santamente na fé e na verdade.
Torna-nos submissos ao teu nome onipotente e virtuosíssimo,
e aos nossos chefes
e aos que nos governam sobre a terra.
Tu, Senhor, lhes deste o poder da realeza,
pela tua força, magnífica e indizível
para que nós, conhecendo a glória e a honra que lhes foi dada,
obedecêssemos a eles,
sem nos opor à tua vontade.
Dá-lhes, Senhor, a saúde,
a paz, a concórdia e a constância,
para que exerçam com segurança a soberania que lhes deste.
Tu, Senhor celeste, rei dos séculos,
concede aos filhos dos homens
glória, honra e poder sobre as coisas da terra.
Dirige, Senhor, as decisões deles,
conforme o que é bom e agradável a ti,
para que, exercendo com paz, mansidão e piedade,
o poder que lhes foi dado por ti,
possam alcançar de ti a misericórdia.
A ti, o único capaz de realizar por nós esses bens
e outros ainda maiores,
agradecemos por meio de Jesus Cristo,
o sumo sacerdote e protetor de nossas almas,
pelo qual agora sejam dadas a ti a glória
e a magnificência,
de geração em geração
e pelos séculos dos séculos. Amém.
(1 Coríntios 59:1-61:3 / Traduzido por Ivo Storniolo, e Euclides M. Balancin)
(1 Coríntios 59:1-61:3 / Traduzido por Ivo Storniolo, e Euclides M. Balancin)
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